Todos somos "Louça Preta"
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Molelos, freguesia do atual concelho de Tondela, outrora sede do antigo concelho de Besteiros, com foral novo dado por D. Manuel I em 1515, situada numa vasta zona planáltica, protegida a oeste pela Serra do Caramulo, é um dos últimos lugares de Portugal onde ainda se fabrica cerâmica pelo processo de cozedura redutora, vulgarmente chamada cozedura de barro negro.
A freguesia, desde épocas remotas, tem sido um importante centro produtor de artefactos de barro negro. As excelentes argilas de exploração de âmbito local e as crescentes necessidades do mercado, levaram ao desenvolvimento de uma importante atividade artesanal, tornando os oleiros e a sua arte, uma notável escola para muitas gerações.
Cântaros, bilhas e moringues, padelas, assadores e fogareiros, bilhas de segredo, jarros, púcaros, talhas, alguidares e tendedeiras, chocolateiras, etc., fazem ainda parte do inventário tipológico, cumprindo, umas funções tradicionais, utilitárias, outras decorativas, estéticas, com padrões ornamentais de cariz popular
As referências históricas documentadas sobre a existência de atividade relacionada com a arte do barro são inúmeras e conferem a Molelos um lugar de destaque, quer na Beira Alta, quer nos territórios circundantes. Inúmeros autores e estudos revelam uma assinalável persistência e permanência desta arte na freguesia.
Desde meados do século XX, um conjunto de vicissitudes afetaram a continuidade da existência de uma forte comunidade de oleiros em Molelos: a emigração na freguesia, o aparecimento e a concorrência de produtos alternativos de conservação dos alimentos, a mobilidade profissional, o envelhecimento dos oleiros.
Porém, na década de oitenta do século passado, uma nova geração de artesãos e artistas com poder criativo e determinados em vencer, implantaram-se no mercado, procurando novas abordagens, com sofisticação de padrões estéticos, estilização de tipologias, com novos usos e conquista de territórios, com uma produção muito diversificada e em série. Com instalações racionalizadas, com métodos mecânicos, com melhor rendimento, deram às olarias de Molelos novo alento, não deixando morrer a arte.
É o resultado dessa arte que está em concurso até ao dia 23 de julho. Vote. Contamos com o apoio de todos!